Encontros Casuais - Part VIII



Sentia a batida da música dentro do peito e deu por si a abanar o próprio corpo enquanto a observava. Apesar das luzes intercaladas conseguiu perceber que estava acompanhada por alguém, um outro homem. Sentiu um rasgo de ciúme completamente irracional perante a ideia de que ela pudesse sair dali acompanhada por outro que não por ele.


Ela movimentava-se de forma provocante ao ritmo da música que os envolvia, mexendo os ombros e o torso de forma instigadora. O mini vestido que trazia permitia adivinhar o que estava escondido, conseguia perceber-lhe os contornos dos seios redondos e imaginou-se a retirar-lhe o tecido que os tapava. Sentiu a boca ficar seca.
Ficou a observá-la e, ao fim de uns minutos, foi com agrado que viu a companhia abandoná-la em direcção ao bar.
Sofia continuava a dança desconcertante e ele sentia-se a entrar em êxtase perante a visão que ela lhe estava a proporcionar. Sem que esperasse, os olhos dela encontraram os seus e a expressão que fez provocaram-lhe um arrepio na espinha.
Sem sequer pensar, avançou para a pista de encontro a ela sem que nunca quebrassem o contacto visual. Encostou o corpo ao dela ao mesmo tempo que ela se virava de costas para si. Sofia continuou a dança e começou a provocá-lo com movimentos deslizantes. Ele sentiu-se completamente excitado com aquele jogo e, se por um lado queria levá-la para onde pudesse dar largas ao desejo que sentia, por outro queria saborear aquele momento o máximo de tempo possível.
Continuaram naquele jogo de movimentos ritmados, ela provocando-lhe um desejo cada vez maior e ele deixando-se subjugar pelo poder que Sofia demonstrava ter sobre ele.
Sentia-lhe o cheiro do cabelo e, num acto quase reflexivo, agarrou-lhe o cabelo por trás enquanto a beijava no pescoço.
Não conseguindo aguentar mais, rodou-a e tomou-lhe a boca de forma possessiva e exigente. Queria sentir-lhe o gosto, queria prová-la… não, queria saboreá-la até ao mais ínfimo pormenor do seu sabor. E saboreou-a. E ela deixou-se saborear ao mesmo tempo que, também ela, se deliciava.

Demasiadamente rápido os lábios dela separaram-se dos seus e, sem qualquer satisfação, Sofia deixou- o sozinho na pista. Entre encontrões seguiu-a até ao exterior da discoteca.
- Espera. – disse-lhe enquanto a agarrava pelo braço
- Acho que o tempo que esperei ontem foi mais que suficiente.
- Desculpa. Surgiu-me um imprevisto que me impediu de ir. Mas acredita que era o que mais queria. É o que mais quero neste momento. – Não quis inventar desculpas.
Ela olhou para ele como que a inspeccionar a veracidade das palavras que tinha dito.
- Escuta – dizia-lhe agora num tom menos frio – não me deves explicações e nem eu tas quero cobrar. Mas não cometas o erro de pensar que sou uma das tuas meninas à tua disposição.
- Não o pensei nem por um segundo.
No preciso momento em que lhe ia provar o quanto precisava dela um homem interrompeu-os.
- Está tudo bem? – disse enquanto olhava para ela.
Rafael sentiu uma vontade visceral de o esmurrar. Era o mesmo tipo que a acompanhava na pista e olhava para ela de uma forma possessiva que não agradou em nada a Rafael.
- Sim, tudo óptimo – Sofia respondeu ao homem apesar de continuar a olhá-lo nos olhos – Boa noite Rafael.

Quis travá-la mas o orgulho impediu-o. Respirou fundo enquanto ela se afastava e sentiu uma fúria ilógica apoderar-se de si. Tinha vontade de bater nalguma coisa.

Mas acima de tudo tinha vontade de estar com ela. Mais vontade do que queria admitir.

12 Diabruras:

A Loira disse...

Adorei a atitude dele quando foi de encontro a ela na pista.

Aguardo a continuação.

Patife disse...

Essa intensidade literária dá cabo do Patife.

Purple disse...

Oh bolas, então agora fico aqui a roer-me durante uma semana para saber como continua?!

Não é justo.

Beijinhus

Anónimo disse...

Louise,

Sei que isto que te vou dizer vai ficar aqui perdido na tua caixa de comentários. Pensei em mandar-te um mail, mas a verdade é que também queria que quem aqui viesse visse.
Esta história cresce a cada capitulo que passa. É verdade que eu faria algumas coisas diferentes, iria mais ao detalhe em alguns pontos, mas isso é lógico, visto sermos pessoas diferentes. No entanto, a cada capitulo vou notando que a história ganha consistência, nos actos das personagens, nos diálogos, e sei que não é facil pores-te nos sapatos de um homem para estares a narrar aquilo que ele sente e, sobretudo, o porquê dele sentir assim.
Gosto de estar aqui na plateia a ver essa evolução. Gosto mesmo.
Já te o disse antes, e volto a afirmar, não foi à toa que te perguntei se querias esta parceria que temos tido. Fiquei feliz na altura, por teres aceite.
Aceita, pelo que vale, o meu aplauso ao que estás a fazer.

...e obrigado por o partilhares.

Beijo

Louise disse...

Vera,
pelo menos nas histórias ainda há homens decididos... :P (sem ofensas aos senhores que por aqui passam, claro)

Patife,
intensidade literária não falta pelas bandas do Patife.


Purple,
a antecipação é das partes melhores ;)

Ulisses,
estou a babar completamente. Obrigada pelo teu comentário que, de forma alguma ficará esquecido.
Confesso que ultimamente tenho tido menos disponibilidade e isso acaba por se reflectir neste conto. De qualquer forma, e porque é algo em que realmente quero apostar - por mim e pelos leitores que aqui vêm - vou dedicar-me mais e entrar em mais detalhe nos próximos capitulos.
Vindo de quem vem, este elogio vale mesmo muito.
Obrigada :)

Roxanne disse...

estou "em pulgas" para ver o desfecho!

Vontade de disse...

Acho que isto é o meu exemplo de homem ideal. Adoro essa atitude.

Anónimo disse...

Ai a possessão que é uma coisa tão estimulante como perigosa :)

Sigo fiel a esta história e creio tb que a adição de terceiros com um papel mais ativo na história pode tornar a mesma ainda mais picante e imprevisivel :)

Bjs

Johnny disse...

São estes homens decididos que depois se tornam nos homens agredidos: "olha que parvo, vai beijar a tua mãe e puxar os cabelos à tua prima" ou agressores, como o rei dos gnomos que tinha um castelo e matou três pessoas ali para os lados de... não sei.

Louise disse...

johnny,
estás a ser um pouco preconceituoso, ou não?.
Um homem decidido não tem necessariamente de o ser ao extremo. Confiança qb é tão importante quanto sensatex qb.

Simplesmente hoje em dia vejo demasiados homens (e mulheres talvez também) que têm demasiado medo de agir por temerem as consequências.

Osga disse...

Isto parece-me a história da vida de alguém... :D

Louise disse...

Osga,
talvez... quem sabe...

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Agradeço desde já tudo* aquilo que o diabo dentro de ti possa ter para dizer...

*excepto tudo aquilo que o diabo dentro de mim não concordar

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