Primo Moduli - Capitulo 11

(continuação daqui)

Acordou sem saber exactamente onde se encontrava, mas aos poucos recordou-se dos eventos das últimas horas. O sol estava alto e brilhante. Não conseguiu perceber onde se encontravam, à sua frente a auto-estrada rodeada por escarpas altas carregadas de árvores e florestação.
Olhou para ele mas não disse nada. Ficou ali, parada e quieta, a observar-lhe o perfil. Sentia-se segura ali com ele, mesmo sabendo o que havia acontecido. Queria falar mas sentia um nó na garganta. Queria salvar-se, salvá-los a ambos, mas será que Jorge o permitiria? No meio desse pensamento uma dúvida instalou-se-lhe no pensamento.
- Porque é que estamos aqui? Porque é que quiseste que eu viesse ter contigo?
Jorge olhou para ela, um olhar fundo e penetrante. Olhou-a e ela soube, pela primeira vez em tantos anos, que a estava a ver.
- Sabes, nem sei bem o porquê. Sei apenas que era a única coisa que me parecia bem.

Não disse mais nada, não lhe pediu explicações, não lhe fez perguntas desnecessárias. Afinal, o que importava o porquê? Estava ali com ela e isso já era alguma coisa. Será que… Não!
Impediu aquele pensamento, aquela pergunta, de se formar no seu consciente. Não queria e nem podia permitir-se a tal.
Por agora bastava-lhe estar ali com ele. Bastava senti-lo ao seu lado.
- Tens fome? – perguntou-lhe com uma voz que não reconhecia
- Sim, bastante.
- Então vamos ver se encontramos um sitio decente para comermos.

Percebeu que estavam o norte de Espanha. Pensou na ironia da situação. Havia-lhe pedido tantas vezes para fazerem uma viagem a dois para aquela zona e haviam sempre adiado por razões que nem se conseguia recordar. E agora, quando o casamento parecia estar a terminar, tinham finalmente viajado até ali. A vida era realmente repleta de escárnio e incertezas.

Jorge parou o carro numa vilazinha pitoresca. As casas alinhadas e compostas dispunham-se em cores neutras e calmantes. Por alguma razão sentiu-se calma ali, sentiu-se como se, afinal, os problemas pertencessem apenas a um sonho longínquo e irreal.
Jorge saiu do carro e Isabel seguiu-lhe o movimento.

Inspirou fundo e olhou à volta. Não sabia bem como tinham acabado ali. Mas sabia que não iria desperdiçar a oportunidade.

(Continua... Aqui)


(Uma parceria by Louise & Ulisses)

3 Diabruras:

Silent Man disse...

Menos acção, mas mais compreensão!

Será?

Kiss kiss

Vontade de disse...

Hummmm parece-me digno de aproveitamento!

Anónimo disse...

Bom dia :)

Comentei o blog do Ulisses, e não poderia de deixar comentar o teu, pois fiquei presa às palavras dele, mas também às tuas... pelo que me parece mais que justo informar-te de que espero ansiosa pela sua continuação :)

Com certeza voltarei, não apenas por esta história, mas por tudo o que aqui se escreve ( e que bem se faz :)).

Beijinho

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Agradeço desde já tudo* aquilo que o diabo dentro de ti possa ter para dizer...

*excepto tudo aquilo que o diabo dentro de mim não concordar

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