A "chiquesa" da Pandora

Depois de ler isto, lembrei-me de fazer um post acerca da minha opinião em relação à moda da Pandora. Martini, isto não é uma crítica ao teu post, é unicamente uma opinião minha já antiga.
Parece que as vendedoras da Pandora dizem que aquilo é algo muito chique. E esta frase foi o que despoletou a vontade de escrever estas linhas.

Ultimamente assistimos a um fenómeno extremamente assustador na nossa sociedade: o de se exibir artigos relativamente caros - mas não demasiado caros porque afinal de contas não passamos de um povo em dificuldades – para que todos à nossa volta vejam como somos finos.
E isso não é chique. É só e tão somente despropositado, senão mesmo corriqueiro.

As Pandoras bem como a bijutaria/relógios da Calvin Klein, os relógios Eletta ou as malas Tous (outrora Cavalinho), e por aí fora, não são mais do que uma ostentação de uma condição que não se tem.
Confesso que fico perplexa ao ver tanta gente exibir estes artigos. Sinto que é uma forma de exibirem um status que não existe – por muito que se queira ter – e isto é triste.

Até compreendo que existam pessoas que realmente gostem dos artigos que mencionei, e que em ocasiões especiais gastem algum dinheiro num ou outro, mas eu não me refiro a essas pessoas. Refiro-me àquelas – e são talvez a maior percentagem do grupo – que apenas compram e têm os produtos para que todos à sua voltam observem como têm dinheiro para gastar nesses artigos.

E quanto ao ser chique, ao contrário do que muita gente possa pensar, algo não é chique somente porque está na moda, é caro e todos usam.
É que o ser chique é algo que está na pessoa e não no objecto. O ser chique é ter personalidade própria e requinte para não ser uma ‘maria-vai-com-as-outras’.

O ser chique é não sentir necessidade de exibir um artigo relativamente caro (repito, não em demasia que isso já dói) para marcar uma posição.

Por muitas Pandoras ou relógios da Calvin Klein que se tenha, o que importa é quem somos e não o que temos.

*Pic by Deviantart

Há coisas que não se negam...

Talvez devido ao número, cada vez mais crescente, de pedintes com quem nos cruzamos no dia a dia – na cidade pelo menos – acabamos por ganhar uma certa resistência e frieza em relação a isso. Eu pelo menos, muito raramente, dou dinheiro a algum deles. Eu compreendo que a situação está cada vez pior para os mais desfavorecidos, que o desemprego é cada vez maior (se bem que este é um tema muito particular no meu entender), que está tudo cada vez mais caro e etc.Mas também acho que houve uma banalização do acto de pedir. E são tantas pessoas a pedirem, de tantas idades, etnias e géneros que acabamos por ficar aturdidos face a tal situação.
Acabamos por nos questionar se realmente a pessoa que está a pedir é ou não sincera na sua história, tem ou não problemas efectivos ou prefere andar a pedir do que procurar um emprego, se estaremos ou não a ser enganados.

Agora, há algo que eu simplesmente não consigo recusar: Comida. Ontem alguém me pediu um bolo, aproveitando a deixa de eu estar a colocar o ticket do parquímetro, e apesar de não ter dinheiro comigo acabei por me dirigir ao MB mais próximo, entrei numa pastelaria e comprei-lhe 2 sandes grandes. Entreguei-lhe e a pessoa ainda me pediu fraldas para os filhos pequenos.
Aqui confesso que fiquei na dúvida. Teria a pessoa aludido ao bolo (comida) com o intuito de me sensibilizar e depois recorrido às fraldas para que lhe desse dinheiro efectivo?

Independentemente disso, ofereci-lhe comida e não me arrependi por um minuto que fosse. Afinal, não raras vezes, dou dinheiro mal gasto: a arrumadores, como gorjeta mesmo quando não gosto do serviço, em impostos nos quais claramente estou a ser roubada. Parece-me muito mais válido gastar meia dúzia de euros em comida para dar a alguém. Porque comida, água e carinho não se negam seja a quem for.

Desânimo

Abrimos a página do jornal e as notícias são mais do que deprimentes. O país está péssimo e pior de dia para dia, burlas atrás de esquemas em grandes bancos, tragédias a provocarem centenas de mortos e feridos nos vários recantos do mundo…
É um verdadeiro desânimo pensar no rumo que as coisas levam. É simplesmente assustador.
E talvez por isso vivamos a nossa vidinha no dia a dia colocando todas essas notícias numa via paralela à nossa via pessoal. Relegamos para um segundo plano porque nos sentimos impotentes e porque simplesmente não poderíamos viver com plena consciência do que se passa no mundo à nossa volta.

E isto é demasiado triste. Mas que outra escolha temos?

*Pic by Deviantart

Encontros Casuais - Part XIII



Centrou-se no trabalho com todas as forças do seu corpo e espírito, ainda que este se rebelasse contra isso muitas vezes.
A fúria que sentira ao tomar conhecimento do esquema que o levara a conhecer Sofia ainda não se havia dissipado totalmente. Mas durante o dia conseguia lidar com isso. A noite, essa, era outra história bem diferente.

Os dias passaram de forma algo dormente e, depois de várias tentativas por parte de Sofia de se explicar, ela havia-se afastado completamente. Afinal era isso que ele queria.
Só não sabia até que ponto isso seria mesmo verdade.

Debruçou-se sobre o vidro da janela do avião e observou o mundo lá fora. Este era um daqueles momentos em que voltava ao mesmo. Em que ela não lhe saía do pensamento, em que a tentava perdoar, que tentava compreender. Soltou um pouco o cinto para se sentir menos asfixiado.
E depois pensava em Pedro, o seu suposto melhor amigo, que não tinha encontrado ninguém melhor do que a sua própria ex-mulher para comer.
Nem queria acreditar na quantidade de traições de que fora alvo. Só alguém muito estúpido para se permitir algo semelhante. Como se tinha permitido ser tão cego?
Teria Sofia andado envolvida com Pedro também? Riu-se da constatação do facto de ter sido um verdadeiro palhaço perante toda esta história. Definitivamente não havia qualquer perdão ou compreensão possíveis.

As férias haviam sido a única alternativa para não dar em doido e para tentar esquecer os últimos acontecimentos da sua vida. Além disso não se recordava da última vez que tinha tirado férias. Mal podia esperar para que o avião levantasse voo.
Na classe executiva, onde se encontrava, só haviam mais 4 lugares ocupados, dois homens de negócios nas filas do lado e um casal, talvez recém casado, à sua frente.

A assistente de bordo ofereceu-lhe uma bebida e Rafael optou por uma água com gás. O casal à sua frente beijava-se lascivamente. Voltou a cabeça de novo para a janela.
Ouviu o capitão instruir a equipa para se preparem para a descolagem. Reajustou o cinto e endireitou a cadeira.

O avião estava prestes a levantar voo e Rafael sentia que a sua vida também.

5 Sentidos

Será que haverá alguém que não goste de música?
Penso que, de uma forma ou de outro, de um estilo suave ou mais pesado, a música é algo que faz parte de nós. Muitos de nós associam música a momentos, a pessoas ou a vivências.
Eu gosto de música por aquilo que ela me faz sentir. Gosto de me entregar aos ritmos e notas que despertam mil e um sentimentos em mim: felicidade, tristeza, saudosismo ou melancolia.
E imaginar um mundo sem música, é imaginar um mundo mais triste e frio.
A música dá-me energia no trabalho e acalma-me ao final da tarde. É algo presente todos os dias na minha vida.
E nem sequer preciso cantá-la… basta-me tão somente ouvi-la.

*Pic by Deviantart

Estado de Espírito

Gosto tanto...


Estamos prestes a entrar numa das minhas alturas preferidas do ano. A época pré-natal.

As decorações, ainda tímidas, lá vão aparecendo, o frio começa a sentir-se e o fumo e cheiro das castanhas assadas encontra-se em casa esquina da cidade.
E todos os anos, sem excepção, penso para com os meus botões “É este ano que vou comer castanhas até rebentar”. E claro, acabo por nunca o fazer. O que é triste, muito triste… mas adiante.

Hoje em dia tanto se fala no grau de consumismo que nos afecta a todos, levando-nos a relegar para segundo plano o que realmente importa. Especialmente numa época festiva que deveria ser de reflexão espiritual acima que qualquer outra coisa. Mas será mesmo assim?
Eu culpada me confesso. Acabo por comprar demasiados presentes e gastar dinheiro em decorações e outros que tais que acabam por ser não mais que coisas supérfluas.

Já tentei não ser assim. Infelizmente (ou felizmente) não consigo. 

É que eu sou daquelas pessoas que acreditam naquela máxima (e velho cliché) de que não deve ser apenas numa altura como o Natal, que devemos ser pessoas melhores e mais preocupadas com o próximo e com os que nos rodeiam. Essa parte eu não guardo para o Natal. Essa parte – e isto sim é muito mais complicado do que evitar cair na tentação dos gastos supérfluos com presentes – é algo que me acompanha no dia a dia, hora a hora, segundo a segundo. Mesmo que nem sempre o consigo como deveria.

Por isso, na fase da época natalícia eu entrego-me. Volto a ser criança, vivo a emoção e espírito das festividades de forma apaixonada sem culpas nem remorsos. 

E gosto tanto desta altura do ano...

Profunda Tristeza


Fiquei deveras chocada com isto.
E porquê?
Não apenas pela brutalidade do acto em si, não apenas pelo facto de alguém ser capaz de fazer algo assim e sair dali como se nada fosse, não apenas pela frieza e ignorância das pessoas que nada fizeram e optaram por seguir a sua vidinha como se nada fosse.
Fiquei chocada pela constatação óbvia de que todos nós estamos, diariamente, sujeitos a morrer de forma estúpida e inconsequente.
Eu tenho o defeito de reclamar – como reclamou a infeliz enfermeira – perante atitudes que considero incorrectas. Sou incapaz de me calar porque acredito que não me devo calar.
Claro que, perante uma situação destas, qualquer um se questiona se realmente valerá a pena. Porque na verdade simplesmente não sabemos que género de pessoa está do outro lado.
Hoje as pessoas não medem os seus actos, hoje não existe qualquer tipo de respeito pelo próximo ou pela condição mais fraca de alguém. Hoje é mais importante descarregarmos as nossas frustrações num qualquer desconhecido do que aceitarmos que errámos e pedirmos desculpa.

E é assim. É a realidade a que estamos sujeitos. Qualquer um, do nada, pode dar-nos um soco – ainda que sem consciência completa das verdadeiras implicações e consequências que isso possa ter – e terminar, ali, com a nossa frágil vida.

Estou deveras chocada.

5 Sentidos

Quem olha para mim julga que me mato à fome ou que sou daqueles seres que têm aversão à comida. Que não toco em doces, chocolates ou massas cheias de natas. Magrita portanto.

E o que é facto é que tenho algum cuidado com aquilo que como, porque acredito que a saúde passa 90% por aquilo que colocamos dentro de nós.

Agora, o que muitos nem sequer imaginam, é que eu passo, literalmente, o dia a pensar em comida.  E pior do que isso: se passa muito da hora da minha refeição converto-me numa criancinha irritante e fico mesmo birrenta.

Mal acordo só penso no pequeno almoço: torradas, cereais ou sandes cheia de queijo??? No período da manhã, a cada 15 minutos, estou a ponderar as diversas alternativas para a refeição, e com o aproximar do meio dia já salivo e quase lhe sinto o cheiro. Mal termino o almoço e já estou com ela fisgada para o que será o meu lanchinho.
Assim que saio do trabalho toda a minha concentração passa para a fase seguinte: o jantar. Peixe? Carne? Rápido ou Elaborado? Tudo o resto desliga e o importante é a comidinha que aí virá.
E claro, o último pensamento que tenho assim que a cabeça encontra a almofada é algo como “quanto mais depressa adormecer, mais depressa chega o pequeno almoço’.

Como é óbvio, as refeições são verdadeiras sinfonias para o meu paladar. Aquele pastel de nata quentinho que se derreta na boca, aquela massa cremosa que me leva à loucura ou o simples arroz comido directamente da panela no final da refeição que se revela verdadeiramente orgásmico.

E se isto, por si só, já é chato, em determinadas alturas da vida chega a ser completamente ridículo.

*Pic by Deviantart

5 Sentidos


Sei que não é só comigo que isto acontece, mas eu tenho uma tendência a associar cheiros a momentos/pessoas/situações.

E é engraçado como por vezes, do nada, um determinado cheiro me faz despertar de imediato recordações e sensações boas. Curiosamente, penso, apenas retenho os cheiros que associo a coisas boas ou a pessoas de quem me quero recordar.

O cheiro da farinha e do pão quente traz-me recordações da minha infância e da minha avó. O cheiro a laranja enuncia-me claramente a minha mãe e o cheiro a tabaco o meu pai. O cheiro a sabão azul e branco lembra-me as águas cristalinas onde a minha tia lavava a roupa.

O perfume Aqua de Gio leva-me aos tempos de universidade e o cheiro a mofo faz-me sentir bem, apesar de não perceber muito bem porquê. Curioso não é?!

O sentido do olfacto, tantas vezes menosprezado por nós, é realmente fascinante. 

E deveras surpreendente nas diversas fases da nossa vida. 

*Pic by Deviantart

Estado de Espirito

*Pic by Deviantart

Desabafo


Mas faz algum sentido?

Promove-se a alimentação saudável e a restrição do consumo de açucares e etc., e depois vai uma pessoa ao super comprar iogurtes naturais e depara-se com uma variedade infindável – que até poderiam ser promissores - do ‘Natural Açucarado’.
Ora ‘ca porra’ ãh?!?!
Então quer-se dizer, quem não gosta dos iogurtes açucarados que se lixe, não é? Mas não era tão melhor a pessoa adicionar açúcar em casa se assim o entendesse?

Antigamente existiam os cremosos naturais da Danone (nuns recipientes cor-de-rosa) que eram deliciosos. Pois, não só acabaram com aquilo, como agora têm os gregos que deveriam ser igualmente bons, mas apenas em versão ‘doce mais doce não há’. E aquela me*** tem quase 200 calorias por unidade… mas estão bons da cabeça estes tipos?!

Bahhhh…. Danem-se todos, seus  monopolistas dos iogurtes naturais!!

P.S. Espero bem que não se lembrem de acabar com os Vrai Biológicos…
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