Encontros Casuais - Part XIII



Centrou-se no trabalho com todas as forças do seu corpo e espírito, ainda que este se rebelasse contra isso muitas vezes.
A fúria que sentira ao tomar conhecimento do esquema que o levara a conhecer Sofia ainda não se havia dissipado totalmente. Mas durante o dia conseguia lidar com isso. A noite, essa, era outra história bem diferente.

Os dias passaram de forma algo dormente e, depois de várias tentativas por parte de Sofia de se explicar, ela havia-se afastado completamente. Afinal era isso que ele queria.
Só não sabia até que ponto isso seria mesmo verdade.

Debruçou-se sobre o vidro da janela do avião e observou o mundo lá fora. Este era um daqueles momentos em que voltava ao mesmo. Em que ela não lhe saía do pensamento, em que a tentava perdoar, que tentava compreender. Soltou um pouco o cinto para se sentir menos asfixiado.
E depois pensava em Pedro, o seu suposto melhor amigo, que não tinha encontrado ninguém melhor do que a sua própria ex-mulher para comer.
Nem queria acreditar na quantidade de traições de que fora alvo. Só alguém muito estúpido para se permitir algo semelhante. Como se tinha permitido ser tão cego?
Teria Sofia andado envolvida com Pedro também? Riu-se da constatação do facto de ter sido um verdadeiro palhaço perante toda esta história. Definitivamente não havia qualquer perdão ou compreensão possíveis.

As férias haviam sido a única alternativa para não dar em doido e para tentar esquecer os últimos acontecimentos da sua vida. Além disso não se recordava da última vez que tinha tirado férias. Mal podia esperar para que o avião levantasse voo.
Na classe executiva, onde se encontrava, só haviam mais 4 lugares ocupados, dois homens de negócios nas filas do lado e um casal, talvez recém casado, à sua frente.

A assistente de bordo ofereceu-lhe uma bebida e Rafael optou por uma água com gás. O casal à sua frente beijava-se lascivamente. Voltou a cabeça de novo para a janela.
Ouviu o capitão instruir a equipa para se preparem para a descolagem. Reajustou o cinto e endireitou a cadeira.

O avião estava prestes a levantar voo e Rafael sentia que a sua vida também.

6 Diabruras:

A Loira disse...

Já tinha saudades desta história, até porque estou curiosa com o futuro das personagens.

Silent Man disse...

Aleluia! Voltaste a escrever esta história!!! Tive que a reler do início para apanhar o fio à meada!!! ;)

Kiss kiss

Roxanne disse...

eu sustenho a respiracao enquanto leio!

A Minha Essência disse...

Viajar é sempre uma excelente opção! No entanto, acredito que por mais destinos que vamos, do ponto de partida nunca saímos totalmente! ;)

Johnny disse...

As viagens são sempre boas alturas para recomeços... excepto quando os aviões caem...

Anónimo disse...

Para onde irá o Rafael? Aconselharia México, Brasil, Venezuela.. uns trópicos fazem sempre bem para esquecer desgostos amorosos :)

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Agradeço desde já tudo* aquilo que o diabo dentro de ti possa ter para dizer...

*excepto tudo aquilo que o diabo dentro de mim não concordar

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