Feliz Natal

Anonymous

Ter um blog é um desafio constante e contínuo. Por muito que tentemos manter-nos anónimos, é complicado resistirmos à tentação de não partilharmos um pouco da nossa vida pessoal, mesmo que esse pouco não passe de pequenos detalhes sem demasiada importância.

E em menos de nada, é como se na realidade estivéssemos a escrever para apenas nós próprios. Porque afinal de contas do lado de lá não existem pessoas reais, não existem conhecidos ou pessoas que nos julguem. E as que o fazem… bom, vão directamente para pasta de lixo e não pensamos nisso mais do que um dia seguido.
O problema é que, rapidamente podemos esquecer-nos de que ao revelarmos detalhes nossos estamos, na verdade, a expor-nos a todo um conjunto de possibilidades que nem sequer começamos a imaginar. E nem queremos.
As pessoas não reais, afinal são o mais real possível e muitas vezes pessoas que nos conhecem. Os nossos segredos, intimidade ou o próprio espelho da nossa alma passa, assim, a estar acessível a quem não quereríamos que estivesse.

E é por isso que, mais cedo ou mais tarde, concluímos que, por mais difícil e desafiante que seja, é importante mantermos os nossos segredos e o nosso mistério. Porque ninguém quer ser uma janela transparente dado que isso nos tornaria mais vulneráveis e fracos.

E é por isso que vou resistindo…

Decisões

Há várias alturas na nossa vida em que temos de tomar decisões criticas: o que queremos fazer quando formos grandes, se queremos mesmo casar com aquela pessoa, se vamos ou não manter aquele amigo na nossa vida ou se cortamos a relação com ele, comprar ou arrendar casa, ficar pelas origens ou emigrar.


Mas julgo que a decisão mais importante que poderemos ter na nossa vida é se vamos ou não ter filhos. Todas as outras decisões podem, de forma mais ou menos fácil, ser revertidas ou alteradas. Mas a decisão de termos um filho não. Nunca e jamais. A partir do momento em que decidimos conceber uma vida, essa ficará para todo o sempre ligada a nós – de uma forma ou de outra.

E esta decisão tem, obrigatoriamente, de ser muito bem pensada e analisada. Porque ter um filho muda tudo. Mais do que tudo o resto, muda o centro do nosso universo. E é aqui que reside o grande busílis da questão. Deixamos de nos poder centrar apenas em nós, nas nossas próprias necessidades, nas nossas vontades e desejos, porque agora existe alguém que precisa que o façamos por ele.
É, por isso, importantíssimo que, quando decidimos ter um filho, saibamos que iremos abdicar dessa exclusividade de egocentrismo.
E obviamente que, ter um bebé, não significa esquecer tudo o resto à nossa volta. Não significa, e nem pode significar, que deixamos de ser mulheres/homens com necessidades e vontades, que não possamos fazer o que gostamos, que não continuemos a ter uma relação com romance, que não tenhamos momentos ocasionais sem os filhos.
Mas tudo isso deixa de ser feito numa base puramente egoísta, para uma base muito mais ponderada e calculada. Fundamentalmente, mudam as prioridades.

E é essa consciência que é peremptório ter. E porquê? Para que a maternidade/paternidade sejam saboreados em toda a sua plenitude. Sem remorsos, culpas ou grilhões.

Porque a partir do momento em que deixamos de ser egoístas, toda a vida parece fazer muito mais sentido.

Arre

Começam as festas e jantares de Natal. Festas das empresas para as criancinhas, jantares entre colegas e amigos para se reunirem, e um ou outro almoço com alguém que passamos meses sem ver para, no mínimo, desejarmos uma boa quadra natalícia.


E é tudo muito giro, mas sermos nós a tentar organizar a coisa, insistirmos para que as pessoas confirmem a presença, escolher a data e restaurante que agrade a gregos e a troianos não é, de todo, tarefa fácil.
Especialmente quando temos respostas, a 1 semana da data do dito jantar, como: “Ah eu ainda não disse nada porque não sei como vai ser a minha vida.”.

Arre xiça!! Mas esta gente é parva?!

Eu até percebo que, ao contrário de mim, nem toda a gente gosta de ter a vida bem planeada e os dias organizados, mas daí a entrar no exagero do ‘go with the flow’ acho que já é pura estupidez. Isto quando nos referimos a ter de conviver e socializar com outras pessoas porque nestas situações, quer se queira quer não, tem de haver algum planeamento.

E pronto. Só me dá vontade de apertar pescocinhos.

O que realmente importa...

As pessoas não param nunca de nos surpreender. Mesmo as mais próximas de nós.
Soube este fim-de-semana que um amigo de infância está junto, há mais de 5 anos, não com uma namorada mas com um namorado. A par disso, tem um menino simplesmente lindo, resultado de um processo de barriga de aluguer.
Mas não foi isto que verdadeiramente me surpreendeu, ainda que fosse algo que não tivesse à espera.

O que me surpreendeu – e no fundo, talvez nem tanto assim – foi constatar que pessoas, como os meus pais, mais conservadoras e não tão evoluídos nestas questões de orientação sexual, simplesmente não ligaram nenhuma a isso quando a pessoa em causa é alguém que conhecem desde pequenino e de quem gostam.

Porque no final, importaria bem mais se a pessoa em causa fosse um delinquente ou um criminoso. Agora as suas escolhas e opções de vida, que em nada interferem com os demais, são suas exclusivamente. E ele, continua exactamente a mesma pessoa que sempre foi.

O Consumismo

Desengane-se quem pensa que vou criticar o consumismo desenfreado dos tempos que correm.

Certamente esperariam uma critica assoberbada sobre a necessidade material que impera na nossa sociedade actual e como não passamos todos de uns ressabiados que esqueceram por completo os valores e espiritualidades da nossa essência.

Mas não. Não o vou fazer.

Porque, na minha opinião, não é isso que nos torna seres desprezíveis ou ignóbeis. Outros factores, sim, poderão tornar-nos nisso, mas não o consumismo.
O consumismo faz parte da nossa era, quer se queira quer não. Tal como a espiritualidade fez parte da era dos nosso bisavós e avós. Criticar-se-á ad eterno tudo o que seja moderno, tudo o que seja inovador, tudo o que faça parte de uma geração futura.
Mas o consumismo, com todos os seus prós e os seus contras, com todos os seus benefícios e malefícios – porque há de ambos – não deixa de ser algo que define as gerações actuais.
E confesso que acho uma certa piada quando assisto a alguém, em pleno centro comercial ou supermercado, criticar todos os que por ali se encontram num “consumismo desenfreado”, quando na realidade eles próprios também ali estão – e a fazer precisamente o mesmo que todos os demais.

Se ao menos parássemos, pensássemos e constatássemos a nossa própria realidade, talvez assim pudéssemos focar-nos nas verdadeiras falhas da nossa sociedade.

 
*Pic By Deviantart

Desejos logo pela manhã

Assim mesmo... sem tirar nem pôr!!

Bla Bla Bla

Qual a pessoa que não gosta de dar o seu bitaite? E é impressionante a quantidade de bitaites que uma só pessoa tem para oferecer de graça – até porque não conheço ninguém que peça bitaites de livre e espontânea vontade.
E os bitaites surgem, especialmente, quando alguém acha que já viveu determinada situação e que isso a torna num supra sumo da batata.

“Ah eu já passei por isso! Isso agora vais ver como elas te mordem! E vai ser assim e assado, e frito e cozido. Eu sei!!!”

E claro, ao fim de milhentos bitaites de milhentas pessoas, já estamos um pouco saturados – e eu em particular ao fim de dois ou três já estou com vontade de esganar.

Claro que os conselhos são sempre mais do que bem vindos, mas as teorias da batata e as comparações inúteis e despropositadas dispensam-se por completo. E será assim tão difícil as pessoas compreenderem que cada caso é um caso, cada pessoa é diferente e cada experiência única?
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