Presentes a oferecer I

Para aqueles "bebés" mais chorões e mimados que, nada mais fazem, a não ser chatear.


*Imagem retirada daqui

Detalhes da vida

Eu sou daquelas pessoas para quem a vida é feita de pequenos prazeres, pequenos momentos, pequenas vivências e recordações. Claro que acredito que ter muito dinheiro possa trazer mais felicidade, mas apenas e unicamente porque nos permitiria usufruir destes pequenos momentos mais vezes ou de outros pequenos momentos que, sem recursos financeiros, se torna mais difícil.
Mas, o que é facto, é que basta querermos para usufruirmos de pequenos momentos que nos tornam mais felizes. Coisas simples da vida cujo prazer é inigualável.
Se para uns é assistir a um bom jogo de futebol na companhia dos amigos, para outros é pegar na bicicleta a um sábado de manhã e correr a serra mais próxima e para outros será ficar em casa a aproveitar a companhia dos filhotes.

E eu tenho uma lista imensa destes pequenos prazeres que faço questão de aumentar frequentemente. E porque essa mesma lista é demasiado extensa deixarei para uma segunda oportunidade a nomeação dos vários itens.
Mas posso referir um desses itens, um dos mais simples e mais prazerosos para mim. Um fabuloso pequeno almoço fora de casa, ao fim-de-semana, sem pressas, sem compromissos… apenas relaxe, descontracção, a aproveitar a companhia e os sabores.

E porque gosto sempre de variar e conhecer coisas novas, encontrei um cantinho novo que pretendo descobrir este fim-de-semana.

Greve

Ao meu redor só escuto palavras de indignação relativamente ao estado de greve. Critica-se quem faz greve, criticam-se os sindicalistas e pior, descredibiliza-se o acto de fazer greve.

E até poderei concordar que o significado da greve foi um pouco banalizado como tantas, demasiadas, outras coisas na vida. Tudo passou a ser motivo para se fazer greve – mesmo quando não há motivo nenhum – e muitas vezes os dias escolhidos são bastante infelizes.

Mas ainda assim, julgo que não devemos generalizar. A greve é um direito importantíssimo do povo trabalhador. Graças aos sindicalistas é que hoje temos férias, subsídios, licenças e outras regalias e direitos que, não há muitos anos atrás, eram apenas uma miragem.
Acho importante não nos esquecermos disto quando apontamos o dedo aos sindicalistas e às greves.

E ainda que, na minha opinião, as medidas de austeridade do governo tenham sido necessárias e inevitáveis, o facto é que sabemos todos, infelizmente, que quem paga sempre a factura é o povo trabalhador enquanto as grandes entidades escapam praticamente ilesas dos rigores dos orçamentos. E isto é motivo para elevarmos as vozes.

É que, ainda que não se consiga nada com isto, uma coisa consegue-se certamente: fazer ouvir a voz de um povo desiludido e cansado de não ser devidamente defendido. Porque quem cala consente, porque se ninguém reclamar nunca nada muda.

Eu não faço greve hoje, mas compreendo inteiramente quem faz.

Adorável

Recentemente apercebi-me de algo que, apesar de ser demasiado óbvio, é uma técnica infalível e subtil para ganharmos a empatia dos que nos rodeiam.
Apercebi-me disto observando atentamente uma pessoa que me é conhecida. A pessoa em questão é daquelas pessoas que, desde o primeiro encontro, é impossível não gostar. É daquelas pessoas que sabem cair nas graças de todos aqueles que de si se aproximem – ou quase todos.

E talvez por essa razão eu tenha dado por mim a observar o comportamento desta pessoa em particular, de forma a tentar perceber o porquê de isto acontecer.
Apercebi-me, ao final de algum tempo, de qual a principal razão do sucesso da conquista da afeição de forma tão rápida e efectiva dos demais.

E aqui é que reside a beleza da coisa. Não é algo demasiado elaborado, mas antes algo que todos constatarão o quão óbvio na verdade é.
A técnica a que me refiro é a de se chamar, toda e qualquer pessoa, independentemente do tipo e grau de relação com a pessoa em questão, pelo nome próprio em toda e qualquer oportunidade que se tenha.

Confesso que dei por mim algo estupefacta perante a genialidade da coisa. E isto é tão sublime que praticamente ninguém se apercebe de que, na verdade, está a ser alvo de uma espécie de manipulação.
E, após vários exemplos e várias constatações, posso afirmar com toda a certeza que esta é, efectivamente, uma técnica infalível. É, basicamente, como aquelas mensagens escondidas num qualquer cd de música que apenas o nosso subconsciente consegue detectar e que nos manipulam a cometer homicídios ou suicídios em massa.

Exagerada? Sim, talvez um pouco. Mas definitivamente correcta na constatação. Experimentem e verão.

Apetecia-me...

Uhmmm… aquela espuma suave e viciante a deslizar-me pelos lábios, aquele calor doce a percorrer-me o corpo enquanto fecho os olhos e me entrego à sensação única daquele sabor…

E depois o pecado que me tenta, com um requinte estaladiço e salgado… delicioso como todos os pecados… e a culpa, essa, fica para outras núpcias.

Porque todos merecemos, de quanto em quando, entregarmo-nos aos prazeres mais viciosos e saboreá-los sem remorsos ou restrições.

Cada vez mais centrados em nós

Hoje em dia as pessoas têm uma certa tendência para se autoproclamarem como altos moralistas e falsos santos, quando na verdade não passamos de uma sociedade altamente hipócrita.
Refiro-me, neste post em particular, à questão da importância do dinheiro.

Em várias situações me tenho deparado com pessoas que, metaforicamente falando, “choram” o dinheiro que poderiam ter de despender – e na verdade as que “choram”, ou despendem forçosamente ou não despendem de todo – em coisas importante mas que não lhes são directamente benéficas, ou benéficas a curto prazo.
Refiro-me a coisas de baixo custo até, como por exemplo, pagar uma entrada num museu, pagar uma taxa num hospital público, suportar um aumento na conta da água, apadrinhar uma criança num país onde a miséria é lei ou pagar meia centena de euros em algo que pode beneficiar terceiros.

Efectivamente as pessoas desculpam-se que o dinheiro não chega para tudo, que meia centena de euros faz muita falta para outras coisas que não as mencionadas acima (ou outras semelhantes). Mas será mesmo assim? Ou seremos apenas uma sociedade completamente absorvida no seu próprio egoísmo e comodismo?

Somos cada vez mais – e isto é ponto assente – uma sociedade consumista. E somos consumistas para nós próprios.
Damos dinheiro por coisas fúteis e inúteis que na realidade não nos fazem assim tanta falta, vamos ao cinema e pagamos uma maquia estupidamente elevada para ver um filme mas não reclamamos. Compramos milhentas roupas e brinquedos aos nossos filhos que por lá ficam esquecidos ao fim de algum tempo, compramos esterilizadores de biberões porque é mais cómodo do que ferver água como faziam as nossas avós, compramos carrinhos e alcovas e ovos e mais uma série de coisas que nem sabemos bem as diferenças entre eles.
Pagamos sem qualquer problema preços abusivos por LCDs, playstations ou telemóveis e não reclamamos pelo simples facto que isso nos trará um beneficio directo.

Mas continuamos sob a máxima de que o dinheiro faz falta para coisas mais importantes. E seremos sempre, e cada vez mais, assim. O que importa é a nossa própria satisfação, o nosso conforto e usamos como capa protectora a fraca desculpa de que somos uns pobrezinhos que praticamente vivemos na miséria. E só por isso é que reclamamos quando temos de dar dinheiro por algo importante. E pior do que isso, desculpamos também os outros numa tentativa de não nos sentirmos os únicos.

É que ajudar os outros ou ajudar a nossa sociedade não faz parte dos nossos planos ou objectivos do mês, porque o dinheiro faz falta para outras coisas.

Harmonia e Tranquilidade

Sinto-me em completa harmonia. Ainda que raspe o carro na garagem, ainda que me irrite por vezes com os condutores menos cívicos, ainda que me sinta mais inchada do que o habitual ou que o meu organismo se vá revelando uma caixinha de surpresas.

Sinto-me tranquila e em completa simetria com a vida que se me apresenta ao longo da estrada. Ainda que as preocupações vão surgindo, ainda que as dúvidas se somem umas atrás das outras, sinto-me perfeitamente serena num estado que me parecia, até aqui, uma utopia apenas.

E sei que não preciso de me questionar sobre o porquê. É assim porque não poderia ser de outra forma.

Rumo à quase perfeição.

É curioso como nós olhamos para as pessoas à nossa volta que nos são desconhecidas e, automaticamente, vemos uma parede de confiança, segurança e firmeza que a nós nos parece apenas uma utopia.

Acreditamos sempre que os outros são mais seguros e cheios de certezas do que nós próprios, que sabem do que falam, que sabem o que fazem e que são o pacote real.
Ao passo que nós, no fundo no fundo, somos apenas uma fraude. Mostramos algo que na realidade não somos, temos inseguranças e incertezas e nem sequer acreditamos ser aquele excelente profissional ou aquele amigo sábio que todos julgam sermos. E vivemos com o receio de, mais tarde ou mais cedo, o nosso pequeno segredo ser descoberto.

Mas, no final de contas, não seremos todos assim? Não teremos todos inseguranças e incertezas? Não acreditamos todos ser uma pequena fraude em algum aspecto da vida? Não que na realidade o sejamos, simplesmente sabemos no nosso âmago que não somos perfeitos. E isso só contribui para que melhoremos sempre um bocadinho mais.

Tradições

Sou daquelas pessoas dadas às tradições. Gosto de cumprir tradições e até mesmo de as criar. É que as tradições do presente são, nada mais, que as ideias inovadoras de um passado.
As tradições criam elos, juntam pessoas e promovem uma espécie de bem estar e felicidade. Claro que também sou da opinião de que cada um deve atentar às tradições com que realmente se identifica, caso contrário perde-se todo o sentido ou propósito.

E o magusto, ou dia de São Martinho, é daquelas tradições que não passam esquecidas. E umas belas castanhas, a queimar as mãos enquanto as descascamos, é algo que me transporta a uma infância feliz e terna.

Hoje é isto

Transparência

Transparentes somos todos.
Não mentimos, não enganamos, não ocultamos os nossos defeitos. Somos seres claros e com clarividência. Somos, provavelmente, a pessoa mais honesta e correcta que já conhecemos em toda a nossa vida. Claro que, ocasionalmente, somos obrigados a obscurecer a nossa transparência, nunca por decisão verdadeiramente nossa mas antes por motivos que nos são externos e completamente inimputáveis.

Somos pessoas repletas de verdade, coerência, certezas e, acima de tudo, razão.

E é uma pena que, no meio de tanto egocentrismo, não consigamos distinguir transparência de um vidro fosco e sujo que almeja a nitidez e clareza que é, na verdade, tão difícil de conseguir.



Para Fábrica de Letras



*Pic by Deviantart

Estado de Espírito

Shut Up

A boa educação manda – ou assim me ensinaram – que, quando um burro fala, o outro baixa as orelhas.

Se há falta de respeito que eu acho verdadeiramente inaceitável, é esta: interromper constantemente a pessoa que está a falar para se dar mais esta ou aquela opinião.
Imaginem o seguinte diálogo:

Burro 1 (B1) – No outro dia, estava eu…
Burro 3 (B3)escutando atentamente B1
Burro 2 (B2) – Ah é verdade, sabes que bla bla bla - porque na realidade a conversa é mesmo da treta e não tem qualquer interesse.
B3 - volta agora a atenção para B2
B1 – Mas estava a dizer que no outro dia…
B3volta a escutar B1
B2 – Epá, mas e depois … - e continua o bla bla bla
B3volta mais uma vez a atenção para B2

Já compreenderam o cenário, suponho.

Aqui, parece-me a mim, que a falta de educação até está na parte do Burro 2 e no Burro 3. Aliás o Burro 1 (aka Louise) nem sequer é burro nenhum, mas uma pessoa extremamente inteligente.

Muitos terão a sua opinião de como deverá agira o Burro 1. Mas, na minha opinião, a educação e sensatez manda que desista daquele diálogo – a não ser que estejamos a referir-nos a uma reunião profissional ou assuntos importantes que não apenas partilha de opiniões / experiências. Basicamente os interlocutores não merecem o esforço ou a nossa partilha seja do que for. Não me parece que o mais indicado seja continuar a fazer figura de otário(a) quando, claramente, do outro lado não existe receptividade ou interesse.
No que me diz respeito, é assim que se exclui pessoas da nossa roda de importância. Eu, pelo menos, aprendo rápido a lição.

E acho incrível como depois, são estes mesmos Burros que acabam por não compreender porque pessoa A ou B é sempre tão calada e reservada.

Os olhos são o espelho da alma

Irrita-me solenemente que as pessoas, enquanto falam comigo, tenham os óculos de sol colocados na cara.

É estúpido e de uma falta de educação tremenda. A partir do momento que não lhes consigo ver os olhos, perceber as expressões ou para onde estão a olhar - para mim? Para o vizinho do lado? Para a minha cara ou para as minhas mamas? – todo o interesse que poderia existir na conversa morre de imediato.

E palavra de honra que às vezes dá mesmo vontade de arrancar a porcaria dos óculos da tromba e enfiá-los pela goela abaixo – de quem os usa claro.

*Pic by Deviantart
Related Posts with Thumbnails