Parece que as vendedoras da Pandora dizem que aquilo é algo muito chique. E esta frase foi o que despoletou a vontade de escrever estas linhas.
Ultimamente assistimos a um fenómeno extremamente assustador na nossa sociedade: o de se exibir artigos relativamente caros - mas não demasiado caros porque afinal de contas não passamos de um povo em dificuldades – para que todos à nossa volta vejam como somos finos.
E isso não é chique. É só e tão somente despropositado, senão mesmo corriqueiro.
As Pandoras bem como a bijutaria/relógios da Calvin Klein, os relógios Eletta ou as malas Tous (outrora Cavalinho), e por aí fora, não são mais do que uma ostentação de uma condição que não se tem.
Confesso que fico perplexa ao ver tanta gente exibir estes artigos. Sinto que é uma forma de exibirem um status que não existe – por muito que se queira ter – e isto é triste.
Até compreendo que existam pessoas que realmente gostem dos artigos que mencionei, e que em ocasiões especiais gastem algum dinheiro num ou outro, mas eu não me refiro a essas pessoas. Refiro-me àquelas – e são talvez a maior percentagem do grupo – que apenas compram e têm os produtos para que todos à sua voltam observem como têm dinheiro para gastar nesses artigos.
E quanto ao ser chique, ao contrário do que muita gente possa pensar, algo não é chique somente porque está na moda, é caro e todos usam.
É que o ser chique é algo que está na pessoa e não no objecto. O ser chique é ter personalidade própria e requinte para não ser uma ‘maria-vai-com-as-outras’.
Por muitas Pandoras ou relógios da Calvin Klein que se tenha, o que importa é quem somos e não o que temos.
*Pic by Deviantart